segunda-feira, 15 de outubro de 2012


           A Câmara de Vereadores do Rio passará por forte renovação a partir de janeiro de 2013 - serão 21 novos vereadores, entre 51. O PMDB, legenda do prefeito Eduardo Paes, fez a maior bancada, conquistou 13 vagas. Do total de vereadores, 39 estão alinhados com Paes. O DEM, partido do ex-prefeito Cesar Maia, o terceiro mais votado, encolheu - de oito eleitos em 2008, fez apenas 3. O PSOL, que tinha apenas um vereador, se tornou a maior bancada de oposição, com quatro parlamentares.
Paes adotou discurso conciliador ao falar sobre a oposição. "Oposição não é necessariamente ruim. Se fizer oposição crítica, correta, para os temas que de fato interessam, acho até que pode somar", disse em entrevista ao RJTV.
Maia, que ficou com votação aquém da esperada, disse que terá como prioridade a "luta contra a privatização da educação e da saúde pública". "Todo prefeito tem ampla maioria na Câmara, independente do número de vereadores. Para que a oposição seja eficaz tem que trabalhar para dentro, conectando com o exterior, abrindo as `janelas' para a opinião pública entrar", afirmou.
O ex-prefeito creditou à "eleição demasiadamente espalhada, com 1.700 candidatos" e com "forte aumento de abstenção, brancos e nulos" o fato de ter recebido 44.095 votos, em vez dos 100 mil esperados.
O Rio elegeu um candidato pró legalização da maconha, Renato Cinco (PSOL). Durante a campanha, ele propôs a criação da CPI da internação compulsória e questionou a política de drogas da prefeitura. Teve 12.498 votos.
Os eleitores da capital rejeitaram a "bancada policial". O delegado Fernando Moraes (PMDB), que foi titular da Antissequestro, não se reelegeu. Os ex-deputados federais Marina Maggessi (inspetora da Polícia Civil/PSB) e Marcelo Itagiba (delegado federal/PSDB) também não conseguiram vagas na Câmara.
Candidatos supostamente ligados a facções criminosas ou a milicianos também ficaram de fora. São eles Carminha Jerominho (PTdoB), filha do ex-vereador Jerominho e sobrinha do ex-deputado Natalino, condenado por chefiarem milícia na zona oeste; Berg Nordestino (PSOL), que teve o nome citado na CPI das Milícias; e Leo Comunidade, acusado pelo Ministério Público de ter envolvimento com o tráfico na Rocinha.
Times de futebol também não foram bons cabos eleitorais. O ex-técnico do Flamengo, Andrade (PSDB) e a presidente do clube, Patrícia Amorim (PMDB) dividiram a torcida e não se elegeram. Gonçalves (DEM), ex-jogador do Botafogo, teve pouco menos de 5 mil votos.

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