quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Bina é o invento brasileiro mais utilizado no mundo

O bina, criado em 1977, pelo eletrotécnico mineiro Nélio José Nicolai, é o invento brasileiro mais utilizado no mundo e o segundo do país efetivamente universalizado, depois do avião, por Santos Dumont. O identificador de chamadas permite a quem recebe uma ligação saber, previamente, quem está ligando, tanto nos aparelhos fixos como celulares. Nicolai teve sua patente reconhecida oficialmente pela Justiça somente em 2012, depois de anos de disputa judicial com as operadoras de telefonia. Este serviço rende um faturamento de cerca de 2,50 bilhões de reais por mês para as operadoras do Brasil, que cobram entre seis e 10 reais de cada assinante pelo identificador. Por determinação da Justiça, as operadoras do país deverão pagar um percentual deste valor para o criador do sistema, de forma retroativa. Como se trata de invento patenteado, o uso do bina em todo o planeta deve seguir os termos da Lei de Patentes, o que até então não acontecia: o inventor precisa ser remunerado com royalties – dinheiro que se paga ao autor de um invento pelo direito de explorá-lo economicamente. O nome bina vem da sigla ‘B Identifica o Número de A’. O eletrotécnico Nicolai inventou a primeira tecnologia do identificador de chamadas no ano de 1977, patenteando em 1980, quando trabalhava na Telebrasília, operadora local da Telebrás, uma antiga holding estatal de prestação de serviços telefônicos. A tecnologia atual, que foi criada e solicitada patente pelo mineiro em 1992, começou a ser padronizada no Brasil em 1993, pela Telebrás. Em 1997, ele optou por assinar contrato de transferência de tecnologia à Intelbras e Telemar. No mesmo ano, o bina foi mundialmente implantado, também em telefonia celular, sem respeito à patente brasileira. Em 1998, Nicolai entrou pela primeira vez na Justiça e começou a disputa judicial. Natural de Belo Horizonte – MG, o inventor nasceu em 27 de abril de 1940. A ideia do bina surgiu quando o brasileiro tentava resolver o problema de uma antiga brincadeira juvenil: os trotes telefônicos. Para testar, ele adaptou ao aparelho uma calculadora, que mostrava o número no visor e o imprimia em uma bobina. Apesar da luta judicial, Nicolai foi reconhecido pela criação do bina com um certificado e uma medalha de ouro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e um selo da série Invenções Brasileiras, concedido pelo Ministério das Comunicações. O mineiro também é autor de outros quatro inventos amplamente adotados pelas operadoras de telefonia em todo o mundo: o salto – sinal sonoro que avisa que há outra ligação enquanto você está conversando com alguém, o bina-lo – que registra chamadas perdidas, o telefone fixo celular e o sistema de mensagens financeiras para celulares – que permite o controle de operações bancárias via celular. Além de criar aplicativos para telefonia, Nicolai possui muitos outros inventos. Ao todo ele tem 40 patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), com as mais variadas funções, desde leitores óticos para deficientes visuais até sistemas de proteção contra clonagem de cartões de crédito. No primeiro semestre de 2012, o mundo já contava com 6,2 bilhões de celulares e mais de 1.200 milhões de aparelhos fixos. No Brasil, são mais de 250 milhões de celulares e aproximadamente 45 milhões de linha fixa.

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