quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Suspensa sessão que abriria caminho para alterar meta de superávit

Após duas horas e meia de uma sessão conturbada, o Congresso Nacional suspendeu nesta terça-feira (2) a votação de dois vetos presidenciais que impediam a votação do projeto (PLN 36/2014) que flexibiliza a meta do superávit primário do governo federal deste ano. A sessão continuará nesta quarta-feira (3), às 10 horas.
A suspensão da sessão se deu após a tentativa de retirada de manifestantes das galerias. Eles protestavam contra a alteração da meta de superávit com gritos, palmas e canto. Como o regimento não permite manifestações nas galerias durante as votações, o presidente do Senado, Renan Calheiros, acionou a Polícia Legislativa para tentar continuar a sessão.
— Isso demonstra a absoluta responsabilidade que a oposição tem com o fato. Vinte e seis pessoas assalariadas, presumivelmente, paralisam o Congresso Nacional. Que democracia é essa?  — questionou o presidente, que criticou a “partidarização das galerias”.
A decisão de Renan foi motivada por manifestação da líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ). Ela pediu a desocupação das galerias, acusando manifestantes de terem xingado a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) enquanto ela discursava.
— Numa sessão em que se debate política, não se admite que uma parlamentar seja chamada de vagabunda —  disse Jandira.
O mérito dos vetos nem chegou a ser discutido na sessão. As questões regimentais dominaram o debate. A oposição questionou a sessão realizada na semana passada e cobrou discussão individual dos itens. Parlamentares oposicionistas também fizeram grande pressão para que fosse autorizado o acesso às galerias de pessoas que desejavam acompanhar a sessão.
Na presidência da sessão, Renan disse que o acesso foi liberado mediante entrega de senhas às bancadas partidárias, em número proporcional ao tamanho de cada uma delas. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) não aceitou a explicação, alegando que as galerias se encontravam vazias.

Vetos

Um dos vetos presidenciais (28/2014) trata do projeto de lei que propõe mudar o nome do Instituto Federal Baiano para Instituto Federal Dois de Julho. De acordo com a mensagem que explica as razões do veto, “a Lei 11.892/2008, que criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia atribuiu-lhes atuação regionalizada, devendo seu nome guardar referência à sua localização”.
O segundo (29/2014) refere-se a um projeto de lei que altera o nome da barragem Boqueirão de Parelhas, localizada no município de Parelhas, no estado do Rio Grande do Norte, para “Dr. Ulisses Bezerra Potiguar.” Na justificava enviada ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff afirma: “A proposta é inconstitucional por ausência de competência legislativa da União, uma vez que pretende atribuir nome a bem público do Estado do Rio Grande do Norte”.
"Agência Senado" 

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