quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Cidade da Música é inaugurada com o nome de Cidade das Artes
Uma história de superação e amor embalada ao som de 50 grandes hits é o tema do espetáculo Rock in Rio - O Musical, uma superprodução nacional com orçamento de R$ 12 milhões que estreia nesta quinta-feira no Rio. A peça marca a inauguração da Cidade das Artes, a polêmica casa de shows e concertos na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, que demorou mais de dez anos para ser concluída.
A ideia do musical surgiu há dois anos, quando Roberto Medina, idealizador do festival que já teve doze edições (oito delas no exterior), fez o convite a Luiz Calainho para transpor para o teatro a bem-sucedida marca do Rock in Rio. Medina já tem planos de levar também o musical para o cinema. O espetáculo é produzido pela Aventura Entretenimento, que nos últimos anos trouxe para os palcos brasileiros sucessos internacionais como Hair e O Mágico de Oz.
O desafio agora é criar um produto nacional que não deixe nada a desejar frente aos famosos espetáculos da Broadway. "Esse musical marca um momento muito especial, que é o início de grandes produções nacionais, com autor e diretor nacionais, coreógrafos brasileiros, tudo criado no Brasil. É um divisor de águas", afirma Calainho, sócio da Aventura ao lado de Aniela Jordan e Fernando Campos.
Com quase três horas de duração, a produção conta com um set list bastante eclético, com diferentes ritmos como Pro Dia Nascer Feliz, de Cazuza, Fear of the Dark, do Iron Maiden, Poeira, de Ivete Sangalo, Isn't She Lovely, de Stevie Wonder. "Se o perfil do festival é trazer todos os tipos de música, o musical deveria ter esse perfil também", diz o diretor João Fonseca. "A história do Rock in Rio é assim, uma história de convivência de tribos."
Algumas canções estrangeiras terão trechos cantados também em português. Por isso, os produtores tiveram dificuldade para obter algumas autorizações. "Eu produzi muitos musicais com direito de tradução, mas para esse conseguimos as aprovações com muito suor", diz Aniela Jordan. Viva La Vida, do Coldplay, teve que ficar de fora, porque a banda não autorizou a execução da música na versão brasileira. "Tem também uma boa história, porque não tínhamos autorização da gravadora para Every Breath you Take (The Police), mas conseguimos um acesso direto ao Sting e ele autorizou."
A inauguração da Cidade das Artes ocorre em sistema de soft opening, um espécie de teste do prédio, onde a produção do musical ocupa o espaço e, em troca, implementa a logística necessária ao seu funcionamento. "Nós precisávamos fazer uma abertura em que começássemos a entender o que está funcionando e o que ainda precisa de restauro e de substituição. Fazer o soft opening é praticamente obrigatório em qualquer casa desse porte no mundo inteiro", diz Emilio Kalil, presidente da Fundação Rioarte, gestora do espaço.
Gastos após a obra
Depois de ter gasto mais de R$ 500 milhões na construção da Cidade das Artes (antiga Cidade da Música), a prefeitura vai continuar tendo muita despesa com o espaço na Barra da Tijuca. A Secretaria municipal de Cultura vai pagar, ao longo de dois anos, R$ 48,4 milhões — quase 10% do valor total da obra — à organização social (OS) que gerir o espaço. A informação consta do edital de licitação para a escolha da empresa, publicado ontem no Diário Oficial.
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