O prefeito Eduardo Paes (PSD) viajou, mas a disputa por um lugar ao sol no secretariado municipal não tira férias. Dois dos nomes mais citados nos círculos próximos do alcaide — e que se destacaram na campanha eleitoral — são os do deputado federal Otoni de Paula (MDB) e do ex-deputado Rodrigo Bethlem.
Otoni fez a ligação entre Paes e as igrejas evangélicas. Foi duramente criticado por seus pares mais à direita por caminhar com o prefeito — que, nestas eleições, estava coligado com o PT e outros partidos de esquerda. Não conseguiu eleger nenhum dos seus candidatos a vereador do Rio — pela igreja, apoiou Eliseu Kessler; pela família, pediu votos para o irmão Renato de Paula. Ambos tiveram votações pífias e ficaram em má colocação na fila do MDB.
A Arrow Agência Digital, Marketing e Parceria Ltda, que tem Bethlem como um dos sócios, recebeu R$ 1 milhão na campanha do prefeito à reeleição. O ex-deputado já foi o homem-forte de Paes, como “xerife” da Secretaria de Ordem Pública, secretário de Governo e de Assistência Social. Mas caiu em desgraça em 2014, quando vieram à tona denúncias de que ele estaria envolvido em esquema de desvio de recursos públicos em contratos com organizações sociais.Os dois passaram anos brigados, mas a dupla foi refeita no início da campanha — e com isso, Bethlem também virou alvo da ira dos políticos de direita, com quem travava longas conversas num grupo de Whatsapp. Nos últimos meses, Paes fez vários elogios públicos ao ex-desafeto.
As nomeações dos dois apoiadores de primeira grandeza é tida como pule de dez. As apostas só se dividem quando o tema é em que secretarias. Por enquanto, a maioria tende a ver Otoni na Assistência Social — até pelo perfil do deputado, pastor da Assembleia de Deus.
Já Bethlem pode voltar à Ordem Pública. O atual secretário, Brenno Carnevale, é uma das apostas de Paes para a eleição de deputados em 2026. A secretaria é tida como fundamental na estrutura da prefeitura — mas não é um bom celeiro de votos. Na nova configuração, Brenno seria movido para uma pasta com mais potencial eleitoral — e Bethlem assumiria a Ordem Pública.
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