quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

IMPACTO ECONÔMICO DA PRIMAVERA ÁRABE: 55 BILHÕES DE DÓLARES!

1. As rebeliões no Oriente Médio e Norte da África, em 2011, custaram mais de US$ 55 bilhões aos países envolvidos, segundo análise do Fundo Monetário Internacional, feita pela consultoria de risco político Geopolicity. De acordo com tal estudo, os países que tiveram as rebeliões mais sangrentas (Líbia e Síria) sofreram também prejuízos financeiros maiores, vindo Egito, Tunísia, Bahrein e Iêmen em seguida.
       
2. Juntos, esses países sofreram uma queda de US$ 20,6 bilhões em seu PIB, além de sofrerem prejuízos de US$ 35,3 bilhões nas suas contas públicas por causa da redução da arrecadação e dos aumentos de gastos. Enquanto isso, grandes produtores de petróleo, como Emirados Árabes, Arábia Saudita e Kuwait conseguiram evitar protestos significativos, até porque ampliaram a distribuição de renda com a alta nos preços do petróleo (no começo de 2011, o barril do petróleo tipo Brent era negociado a US$ 90; e chegou a quase US$ 130 em maio, para cair aos US$ 113 nos dias de hoje).
       
3. Assim, o impacto geral da Primavera Árabe foi ambíguo, mas positivo em termos agregados, afirmou o relatório, estimando que até setembro a produção econômica da região teve alta de US$ 38,9 bilhões, em relação ao mesmo período do ano anterior. A Líbia foi o país mais afetado, já que a guerra civil paralisou a atividade econômica (inclusive as exportações de petróleo, num valor estimado em US$ 7,7 bilhões, ou 28% do PIB, enquanto o custo total para as contas públicas foi estimado em US$ 6,5 bilhões. No Egito, nove meses de turbulências corroeram 4,2% do PIB, tendo os gastos públicos crescido para US$ 5,5 bilhões, enquanto a arrecadação sofreu uma queda de US$ 75 milhões.
         
4. Na Síria, o impacto é mais difícil de avaliar, mas os primeiros indícios sugerem um custo total para a economia de US$ 6 bilhões, ou 4,5% do PIB. No Iêmen, o relatório estima que a parcela da população abaixo da linha da pobreza deve ultrapassar 15%, devido à desvalorização cambial e aos prolongados distúrbios; e o custo total para a economia foi avaliado em 6,3% do PIB, com uma deterioração de US$ 858 milhões no equilíbrio fiscal, ou 44,9% do PIB. A Tunísia teve prejuízos em torno de US$ 2 bilhões, ou cerca de 5,2% do PIB e governo aumentou seus gastos públicos em cerca de US$ 746 milhões, deixando um rombo em torno de US$ 489 milhões nas contas públicas.


Ex Blog Cesar Maia

Nenhum comentário: