A Rua das Violas
24/06/2011 - 11:17 | Enviado por: Paulo Pacini
JB
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O ano de 1904 foi marcado por intervenções de grande vulto na estrutura urbana
da cidade, de acordo com a iniciativa da prefeitura sob o comando do engenheiro
Pereira Passos. Uma das obras de maior importância foi o prolongamento da Rua
Larga de São Joaquim até o mar, projeto imaginado há várias décadas pelo Barão
de Taunay, mas só então realizado. Uma das perdas lamentáveis foi a Igreja de
São Joaquim, localizada ao lado do Colégio Pedro II e que marcava a transição da
Rua Larga para a Estreita de São Joaquim, as duas formando a atual Marechal
Floriano.
Além da igreja, também foram demolidos imóveis do lado par, levando consigo
algumas lembranças associadas a uma rua próxima, Teófilo Otoni, cujas origens
nos remetem a um passado distante. Por iniciativa de Domingos Coelho,
proprietário de terras junto ao mar, esta rua foi se dirigindo para o interior
desde o litoral, com ponto de partida no posteriormente conhecido Cais dos
Mineiros, desde meados do século XVII. Seu desenvolvimento, assim como da
maioria dos logradouros de então, dependia do lento processo de drenagem e
aterro, pois quase toda área da cidade era composta por pântanos e alagadiços.
As condições desfavoráveis fizeram até mesmo a Santa Casa rejeitar os prédios
legados a esta por Domingos Coelho, quando de seu falecimento.
Antiga Rua das Violas, no início do século
passado
Em 1710 a via finalmente alcançava a rua dos Ourives (Miguel Couto), recebendo
também outro nome, de Rua Serafina, viúva de Domingos Coelho. Outro nome, cuja
origem é desconhecida, foi o de Rua dos Três Cegos. Após a construção da Igreja
de Santa Rita, em 1721, o trecho atrás do templo ficou conhecido como Detrás de
Santa Rita, e também da Ilha Sêca, em referência a um trecho entre a rua da
Conceição e Vala (Uruguaiana) que encontrava-se livre das águas. Mas só final do
século XVIII o antigo caminho receberia o nome pelo qual ficaria conhecida, após
lá se estabelecerem fabricantes de violas, que, embora não sendo muitos, tinham
presença marcante, fazendo com que o local ficasse logo conhecido segundo seu
negócio. Nascia a Rua das Violas.
O nome permaneceria até 1869, quando passou a ser chamada de Teófilo Otoni em
mais uma mudança por razões políticas, homenageando um parlamentar que nada
tinha a ver com a história do local. Nesta época, a maioria dos violeiros já
havia se transferido para a rua Estreita de São Joaquim, cujas grandes mudanças
de 1904 apagariam a lembrança deste capítulo peculiar da história do Rio de
Janeiro.
Copia do do Blog do Brasil Monárquico
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