quarta-feira, 9 de março de 2011

'MEIA HORA', SUCESSO NO RIO, FECHA EM SP! POR QUÊ?

1. O leitor da Grande SP compra -relativamente pouco- os chamados jornais populares. Ao contrário dos leitores do Grande Rio. No Rio, o estilo dos jornais populares vêm ainda do século 19. Em 1937 -no Rio- vem o primeiro experimento no estilo dos jornais populares como conhecemos hoje. Foi A Notícia. Em 1945, Ademar de Barros, interventor em SP e futuro governador compra A Notícia, e dá início ao ciclo dos jornais populares.

2. O sucesso maior foi no Rio, com a Notícia e depois com O Dia, absorvido por seu sócio no Rio, Chagas Freitas. Um jornal oriundo da Baixada Fluminense e de propriedade do deputado (capa preta e Lurdinha) Tenório Cavalcanti -A Luta Democrática- transforma o deputado de Caxias em candidato a governador da Guanabara e obtém 20% dos votos.

3. A linha dos jornais populares criou os manchetistas populares, que construindo manchetes, conseguiam uma maior circulação nas bancas. Esse é um diferencial dos jornais populares: vendem só na banca e tem que ter atrativos de capa todos os dias. Eles não são vendidos por assinatura.

4. Para se ter uma ideia, a Grande SP, com o dobro da população do Grande Rio, tem uma circulação de jornais populares -todos somados- menor que a soma dos do Rio.

5. Essa exclusividade na preferência do leitor do Grande Rio por jornais populares foi recentemente quebrada em Belo Horizonte, com o enorme sucesso do SuperNotícias, que passou a ser o jornal popular de maior circulação no Brasil em 2010/11. Pode-se alegar que o segredo do sucesso do SuperNotícias e do Meia-Hora seja um preço que é que um quarto do dos jornais de assinantes. O Meia Hora, do grupo O Dia, do Rio, recentemente comprado pelo Brasil Econômico, foi levado a SP com a mesma expectativa de sucesso, pelo preço.

6. Faltou uma análise mais apurada para saber que o leitor da Grande SP tem uma atração muito menor que o do Grande Rio e agora Grande BH por jornais populares. E que, além disso, as características não são as mesmas. Não deu certo.

7. Uma tentativa intermediária do Globo com o Diário de SP -uma transformação de um jornal popular -mudando de nome- para chegar a uma faixa de leitor popular, digamos, de renda um pouco maior, também não havia dado certo e foi também fechado, no caso, vendido.

Ex-Blog do Cesar Maia

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