terça-feira, 26 de junho de 2012

Rio+20: plano de segurança mobilizou 24.833 militares e civis



Brasília, 26/06/2012 – O plano de segurança empregado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, contou com a participação de 24.833 militares e civis. Durante o período da conferência, houve a utilização de 1.698 veículos, além de 33 navios e embarcações, 27 helicópteros, oito aeronaves e um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant). 

O aparato utilizado e o trabalho coordenado entre militares das Forças Armadas e profissionais de segurança pública foram alguns dos aspectos que contribuíram para que o evento transcorresse com tranqüilidade, sem nenhum incidente grave.
 
Na avaliação do ministro da Defesa, Celso Amorim, o esquema de segurança adotado na Rio+20 foi bem-sucedido. “Percebi as pessoas se sentindo seguras, mas, ao mesmo tempo, sem se sentir excessivamente restringidas. Acho que é assim que deve ser”, disse o ministro. 


O planejamento das ações de segurança da Rio+20 foi elaborado pelo Ministério da Defesa, sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A execução ficou a cargo do Comando Militar do Leste (CML) do Exército, e contou com a participação da Marinha, Aeronáutica, além de várias instituições de segurança pública federais, estaduais e municipais. 


Durante o período da conferência, as tropas atuaram na extensão de 50 quilômetros – desde a Base Aérea do Galeão e do Aeroporto Internacional Tom Jobim até o Riocentro. O plano de segurança teve por finalidade a proteção de 93 chefes de Estado e de Governo, num total de 209 delegações, bem como a participação de representantes da sociedade civil. Foram investidos R$ 96,160 milhões nas atividades de segurança.
 
Para o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, a integração entre as forças envolvidas no esquema de segurança foi fundamental para o bom desempenho das ações na conferência. “A ampla integração entre as instituições envolvidas fez com que aquilo que planejamos ocorresse sem qualquer incidente”, destacou. “Com a Rio+20, ganhamos experiência para os próximos grandes eventos”, acrescentou.


Uso de tecnologia
 
Um dos pontos importantes para o sucesso da operação foi o uso de mais recursos de tecnologia. Diferentemente do que ocorreu na Rio92, as Forças Armadas reduziram o emprego ostensivo de armamentos e blindados. Segundo o general De Nardi, o momento atual do Rio de Janeiro também possibilitou o monitoramento à distância. “O Rio está mais tranquilo. A segurança pública está melhor que em 1992. Hoje temos diversas comunidades pacificadas. Isso foi importante”, afirmou o chefe do EMCFA.
 
A defesa cibernética requereu expressiva atenção no planejamento. No Riocentro foi montado o Departamento de Defesa Cibernética para realização do monitoramento de ações de colocassem em risco setores controlados por computadores conectados à internet. Na prática, técnicos integrantes do CDCiber, sediado em Brasília, trabalharam com a finalidade de evitar ataques de hackers. Durante a conferência ocorreram 124 eventos contra redes ou sites, mas todos foram neutralizados pelos profissionais envolvidos na execução da tarefa.
 
Grandes eventos
 
A Rio+20 transformou-se numa espécie de teste para a segurança de outros grandes eventos que ocorrerão no Brasil. Embora reconheça que diferentes eventos têm abordagens distintas de segurança, o general De Nardi acredita que há vários aspectos comuns que são incorporados pelas instituições envolvidas. Como exemplo, De Nardi menciona que a grande diferença entre a conferência e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está relacionada à segurança pública. 


Enquanto na Rio+20, diz ele, o plano levou em consideração a quantidade de autoridades de outros países, a JMJ vai estar voltada à proteção de 3 milhões de católicos que irão ao Rio para o encontro com o papa Bento 16. “Já na Copa das Confederações e na Copa do Mundo Fifa 2014 teremos maior atenção na segurança pública nos estádios e nas proximidades do locais onde serão realizadas as partidas de futebol”. “Além disso, o plano será pulverizado em função de termos 12 cidades-sede para a Copa e sete para o torneio das confederações”, explicou.
 
Segurança no Riocentro
 
Desde o dia 5 de junho, quando o Riocentro passou a ser território da Organização das Nações Unidas (ONU), o plano de segurança ganhou reforço de 1,3 mil militares da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada. Na parte externa, ocorreu o emprego da Brigada Paraquedista, com apoio das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
 
Para dar segurança às delegações dos chefes de Estado ou de Governo que estiveram na conferência da ONU, seja no deslocamento dos comboios ou nos hotéis e locais de atividades, o plano teve a participação de 470 batedores que formaram 52 equipes especializadas. O tráfego aéreo de monitoramento das comitivas contou com a proteção de 27 helicópteros nos cerca de 50 quilômetros da orla carioca. Além do Riocentro e do Aterro do Flamengo, os militares atuaram na região dos 38 hotéis onde estiveram hospedados os delegados participantes da Rio+20.

Tráfego aéreo
Para garantir a segurança dos chefes de Estado e de Governo, o tráfego aéreo foi fechado para outras aeronaves num raio de quatro quilômetros no espaço do Riocentro. As chegadas e partidas dos aviões foram feitas pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), instalado ao lado do Aeroporto Santos Dumont. De lá foram transmitidas orientações de pouso e decolagem das aeronaves no período da conferência. Pelo menos 63 aviões utilizaram o pátio do Aeroporto Internacional Tom Jobim.
“O fechamento do espaço aéreo é normal em todos os países onde ocorrerem eventos deste porte. Aqui não seria diferente. Os setores que se manifestaram contrários a isso desconhecem a necessidade da segurança nos locais dos eventos”, disse o general De Nardi.
Elogios à segurança
O sistema de segurança da conferência colocado em prática mereceu elogios de autoridades governamentais, de representantes da sociedade civil e de outros países.
Dos 24.833 militares e civis que estiveram envolvidos na segurança da conferência, 3,2 mil foram da Marinha, 7.491 do Exército e 5.170 da Força Aérea. Os outros 8.972 são integrantes de órgãos de segurança pública federais, estadual e municipal. O plano de segurança contou também com tropas especialmente treinadas para atuação, prevenção e reação a ataques terroristas. Houve também contingente para atuar na defesa química e bacteriológica. Para possíveis casos de ataque aéreo ou de entrada de qualquer aeronave sem a devida autorização, foram alocados para bases do Rio de Janeiro aviões Super Tucanos e caças F-5M.
Marinha do Brasil
A Marinha atuou na segurança da Rio+20 por meio do 1º Distrito Naval.  Foram empregados 3,2 mil militares, 31 embarcações (navios-patrulha, rebocadores e lanchas), dois navios de porte médio (uma fragata e uma corveta) encarregados no controle marítimo, além de seis aeronaves.
O Grupamento de Mergulhadores de Combate (Grumec), unidade de Forças Especiais da Força Marítima, também participou do plano de segurança.
Exército Brasileiro
A 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Juiz de Fora (MG) dividiu com o Departamento de Segurança das Nações Unidas o controle do Riocentro. Num primeiro instante atuou com 1,3 mil militares. No período da reunião de Alto Nível, que teve a participação dos chefes de Estado e de Governo, o local teve o emprego de 2.364 militares. Na parte externa, a segurança ficou a cargo da Brigada de Infantaria Paraquedista, tropa de elite situada na Vila Militar, no Rio de Janeiro.
As ruas na capital fluminense foram patrulhadas por tropas paraquedistas. Equipamentos como os tanques Cascavel e Urutu ficaram nas imediações do Riocentro. Na sede do Comando Militar do Leste (CML) ficou o principal centro de coordenação e controle do esquema de segurança. O centro foi equipado com Pacificador – sistema de tratamento de incidentes com utilização de 250 smartphones. Cerca de 550 câmeras da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) transmitiram imagens on-line dos principais pontos da cidade.
Força Aérea Brasileira
A Aeronáutica empregou 5.170 militares. A FAB manteve na Base Aérea de Santa Cruz, por exemplo, caças F-5M de alta performance e A 29, o Super Tucano, além de helicópteros H-60 Black Hawk e AH2, de fabricação russa, que podiriam usados na interceptação de aeronaves. Os aviões radares também foram empregados no patrulhamento do espaço aéreo do Rio.
A FAB também manteve a segurança nas três bases aéreas – Galeão, Afonsos e Santa Cruz – e tropas ficaram de prontidão para eventual emergência. No Galeão, porta de entrada e saída das delegações, atiradores de elite e tropas do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) permaneceram à disposição.
Balanço de segurança na Rio+20
Contingente empregado
Marinha do Brasil  -  3.200
Exército Brasileiro  -  7.491
Força Aérea Brasileira – 5.170
Órgãos de Segurança Pública – 8.972
Total: 24.833
Veículos utilizados
Motos – 470
Automóveis/vans – 825
Ônibus – 05
Viaturas – 388
Viaturas blindadas – 10
Navios e embarcações – 33
Helicópteros – 27
Aeronaves – 07
Vant – 01
Delegações
93 chefes de Estado e de Governo
209 delegações estrangeiras
Investimentos
R$ 96,160 milhões

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