sábado, 5 de abril de 2025

COP30. ÁRVORES FAKE E DINHEIRO DO BNDES E DA ITAIPU BINACIONAL

Sede do maior evento do clima da ONU em novembro, desmata e viola direitos da população. Com a construção de novas avenidas em área que eram florestas nativas. Para ‘melhorar’ a arborização, usou árvores de metal

Foto: Shiny Things/Wikimedia Commons
Quando chegamos no novo Parque Linear da Doca, que está sendo construído em Belém para a COP30. Despontam árvores coloridas que quando olhamos com mais atenção, entendemos por que elas são tão diferentes das que deveriam brotar do chão. Vergalhões de ferro, que são sobra de material usado nas obras da cidade que deveria ser uma referencia a organização do evento de maior relevância do Planeta. Surgem vários questionamentos: os caules, na verdade, não são da natureza mas de sobras de obras, que estão cobertos por trepadeiras, que serpenteiam até chegar a uma copa formada por vasos de plantas. Arvores fake, ou seja, árvores que imitam árvores, criadas em uma cidade pouco arborizada e que desmatou ainda mais para abrir espaço para receber o evento de clima da ONU.

De acordo com o MapBiomas, Belém que sediará a COP30 em novembro foi a quinta capital brasileira que mais perdeu vegetação urbana entre 2003 e 2023, com mais de 500 hectares. “É dramática a situação de arborização e proteção das áreas verdes em Belém e na região metropolitana. Seja por falta de políticas públicas efetivas, seja pela pressão de grandes empreendimentos, que trazem junto uma especulação imobiliária das áreas.” diz o professor André Farias, do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (Numa/UFPA).

O governo de Helder Barbalho (MDB) está abrindo na região metropolitana da capital duas novas vias: a Rua da Marinha e a Avenida Liberdade. Para viabilizar a primeira, propôs a derrubada de 35 hectares de uma área onde antes havia Floresta nativa. Na segunda, cerca de 68 hectares de árvores foram ao derrubadas.

O professor André Farias fala que :_ “Não é porque está fazendo reaproveitamento de material que é efetivamente ecológica. Quais são os serviços ecológicos de uma árvore?

Foto: Márcio Nagano/SUMAÚMA
Além de derrubarem árvores, o prolongamento e a duplicação da Rua da Marinha, com extensão de 3,5 quilômetros e financiamento do BNDES, segundo o governo, também causaram danos ambientais ao Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren, segundo o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Em setembro de 2024, o órgão entrou na Justiça com uma ação civil pública em que pedia a suspensão imediata das obras por falta de licenciamento ambiental municipal, estudo de impacto ambiental e consulta pública. O município de Belém e a Associação dos Moradores do Conjunto Médici, que fica próximo à via, se manifestaram no processo contra a expansão. A obra foi suspensa pelo juiz Raimundo Santana em liminar de 5 de novembro, sob pena de multa diária de 100 mil reais. Oito dias depois, diante da alegação da Procuradoria-Geral do Estado de que a paralisação causaria impacto na realização da COP e no financiamento do BNDES, o desembargador Roberto de Moura, sem analisar o mérito da ação, suspendeu a liminar. O Governo do Estado afirma que houve licenciamento e acompanha os impactos ambientais da área. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o BNDES nega que já tenha liberado o empréstimo.


Aguardem novas informações!!! 

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