sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A PROPAGANDA ELEITORAL COMO FORMA DE AÇÃO POLÍTICA EXTERNA!

1. A esquerda tradicional do PT, desde o início da gestão heterodoxa de Lula, usou a política externa como foco de sua ação político-ideológica. O Itamarati foi repartido entre o ministro e o ex-secretário de relações internacionais do PT e, em seguida, assessor externo de Lula, Marco Aurélio Garcia. Este ficou responsável pela expansão do populismo na América Latina, articulado com Chávez. E ainda mais, pelos contatos com Irã, Líbia, Síria, ditadores africanos, etc. As votações do Brasil no Conselho de Segurança da ONU demonstram isso.
           
2. Em 2009 foi implementado um outro vetor -desta vez, diretamente partidário e proto-governamental- da política externa do PT. Seus agentes passaram a fazer campanhas eleitorais pela América Latina, levando profissionais de propaganda das campanhas de Lula em 2002 e 2006, e um pacote suavizador da comunicação, replicando a campanha de 2002 no Brasil. Com isso, se ofereceu ao chavismo uma alternativa eleitoral mais eficiente. O discurso 'hard' do chavismo foi substituído pela exportação de um modelo vendido eleitoralmente, como mais moderado, de Lula.
          
3. O PT montou sua caravana eleitoral e iniciou a caminhada pela América Latina, fazendo a campanha dos candidatos bolivarianos, aplicando próteses lulistas. A primeira experiência -bem sucedida- foi em El Salvador, em 2009, facilitada pela futura primeira-dama, militante do PT em SP.  A marca radical da ex-guerrilha -FMLN- que levava sempre a derrota e a um teto, foi substituída pela prótese lulista em um candidato da FMLN, âncora de talking show na TV, sem militância partidária. Deu certo; Eleito Fulnes presidente. FMLN no poder.
         
4. A segunda foi no Peru, em 2011, com o candidato chavista -ex-militar e golpista como ele- Ollanta Humala. Derrotado na eleição anterior, como porta-bandeira do chavismo, mudou de tática. Contratou o porteño-petista Luiz Favre, que montou uma 'agência' para fazer a campanha dele. No caso -ainda mais que Fulnes-FMLN- foi uma campanha clonada da de Lula em 2002, com direito a carta aos brasileiros, discursos de moderação, imagens copiadas de TV e coisas no estilo. A campanha também foi vitoriosa. E Favre se mudou para Lima e passou a ser a autoridade oculta ou eminência parda, do governo, segundo a imprensa peruana.
        
5. Agora, em 2012, vem a re-reeleição de Chávez, com enorme risco de derrota para ele. Dessa vez, diz-se, que irá o próprio Zé Dirceu levando a equipe de João Santana, sem disfarces, para a Venezuela. Como a diferença tende a ser mínima, a prótese que se possa colocar em Chávez poderá ser o elemento que lhe dará a vitória. Assim pensa a caravana eleitoral do PT, com o entusiasmo de Lula.  
        
6. Os recursos para cada campanha dessas são ilimitados, (dizem que) vindos das empresas brasileiras levadas por Lula, com contratos financiados pelo BNDES, América Latina afora.
        
7. Um novo tipo de política externa -proto-governamental- partidária, que dá a seus parceiros no campo do lula-bolivarianismo o que mais precisam: marketing facial para acesso ao poder. Um imperialismo comunicacional.


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